A culpa é minha e não do Senhor

Só mesmo depois de ouvir por muito tempo a palavra e os decretos do Senhor é que Israel se converteu. Só mesmo depois de convertido é que Israel enxergou a justiça divina a ponto de declarar: “O Senhor dos Exércitos fez conosco o que os nossos caminhos e práticas mereciam, conforme prometeu”.

A partir da conversão, Israel não se queixa mais da falta de chuva, da praga dos gafanhotos, dos currais sem gado, da ferrugem e do mofo, das derrotas bélicas, do cativeiro e do exílio obrigatório. Tudo isso era justo. Tudo isso era conseqüência do seu pecado.

Muitos anos depois de Zacarias, um dos ladrões crucificados ao lado de Jesus, proferiu as mesmas palavras: “Nós [eu e o outro ladrão] estamos recebendo o que os nossos atos merecem” (Lc 23.41). À semelhança da passagem de Zacarias, esse condenado à morte só entendeu assim depois de sua conversão.

O reconhecimento da justiça divina é algo demorado, mas vale a pena!

Antes da tentação de falar mal do Senhor, falarei mal de mim mesmo.

Retirado de Refeições Diárias com os Profetas Menores (Editora Ultimato, 2004).